terça-feira, 3 de novembro de 2009

Amor exagerado, torcedor lunático

IMAGINE-SE no estádio do seu time favorito. É aquela final e o jogo está disputadíssimo. Parece que os noventa minutos se tornam noventa horas de preocupação e nervosismo. O atacante está sozinho na grande área - é gol na certa - até que o juiz interrompe. Marcou impedimento. A torcida que antes gritava de felicidade, agora grita de raiva. Está armado o clima perfeito para uma briga entre as torcidas. Começa a surgir um tumulto que se alastra com facilidade chegando às pessoas que não querem confusão.

A freqüência com que essas cenas acontecem é preocupante. Atos violentos acontecem diariamente em todo o mundo provocando insegurança a todos. Nos estádios não é diferente. Torcedores, que não procuram encrenca, deixam até de vestir a camisa do time para ficarem livres de confusões. Por outro lado, outros esnobam com orgulho os feitos de tal jogador que desde o início do campeonato não perdeu nenhum gol. Comentários, músicas e gritos de guerra provocam cada vez mais a rivalidade entre times.

São inúmeros casos de violência. Vão desde brigas e tumultos nas arquibancadas até agressão aos jogadores e juízes. As armas são variadas: pedras, canos, bastões, rojões e os próprios punhos. Para o controle da multidão, a polícia usa bombas de gás lacrimogêneo e projéteis de borracha. Mesmo com tais recursos é difícil conter todo o tumulto que só pára depois de muitos feridos ou mortos.

Por que acontecem essas brigas de arquibancada? O maior motivo é o amor ao clube. Isso é muito preocupante, pois o esporte é para propiciar diversão e integridade, mas se existem pessoas capazes de matar e ferir por causa dele, é melhor que não o tenha. Torcidas organizadas até marcam data e hora para se confrontarem.

A polícia na maioria das vezes não leva a culpa, mesmo não estando presente em massa nos jogos. Os verdadeiros culpados são os torcedores que não tem limites nem respeito.

Somente policiamento nos estádios não é suficiente para que acabem os conflitos. É necessário consciência por parte dos torcedores. Afinal esporte não é só rivalidade.

Iuri Rios

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