terça-feira, 3 de novembro de 2009

Vizinhos

Vizinhos são, na maioria das vezes, grandes amigos. São aquelas pessoas que emprestam uma garrafa de óleo quando você não quer ir até o supermercado, que te conta os “babados” da vizinhança, que fica de olha nas crianças quando você sai à noite. É sempre bom ter um amigo a dois passos da sua casa. Porém, também existe aquele vizinho insuportável. Aquele que escuta música brega no volume máximo, aquele que sempre pega a sombra da rua, que não diz nem um bom dia é aquele que faz coisas que te tira do sério.

Mudei-me há pouco tempo para um novo bairro. No bairro em que morava, eu tinha um bom relacionamento com meus vizinhos. Achava que não tinha essa coisa de mau vizinho. Até me mudar. Quando acabei de fazer a mudança. Fui até a casa do lado para me apresentar. Toquei a campainha e ele veio atender.

- O que é?

- Olá! Eu sou o seu novo vizinho.

- Que diferença faz? – disse ele batendo a porta

É, ele não foi gentil no primeiro contato. Talvez fosse um mau dia... Não sei. Mas o destino é irônico. Eu não falaria com ele nunca mais se não fosse essa coisa de sorte (ou azar).

Eis o que aconteceu: Eu recebi um telefonema da minha irmã dizendo que ela vinha passar alguns dias na minha casa nova para conhecê-la. Quando ela chegou, nem desfez as malas e saiu dizendo que ia encontrar um amigo que conhecera pela internet.

É lógico que eu achei estranho, porém não disse nada. Já de noite, eu estava estudando e gargalhadas vinham da casa do meu antipático vizinho. Naquela noite eu precisava mesmo estudar e tanto barulho não estava ajudando. Resolvi pedir um pouco de colaboração para o cara:

- Ei, colega? – disse eu na porta da casa dele.

- Pois não amigo? – disse ele abrindo a porta. Foi quando eu ouvi uma voz feminina chamando-o. Eu já tinha entendido o porquê de tanto barulho, mas eu precisava estudar.

- É que eu estou tentando estudar e... – fui interrompido quando alguém disse:

- Maninho? O que você esta fazendo aqui?

- Eiii! O que você está fazendo aqui?!

- Esse é o meu paquera da internet.

- Como é?

Eles me convidaram para entrar e me explicaram como tinham se conhecido por um site de relacionamento. Tinha combinado de se encontrar no centro da cidade. E logo ele a convidou para ir para a casa dele.

No início, não aprovava o namoro dos dois. Só que com o tempo eu percebi como ele era gente fina.

Hoje sei que não há melhor pessoa para a minha irmãzinha. Esse tal de destino é mesmo irônico, não acha?

Por Iuri Rios

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